Para garantir direitos, servidores fazem greve por todo o país
- Sisempa

- 19 de mar. de 2018
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Paralisações atingem mais de uma dezena de estados, entre eles Minas Gerais, onde professores decidiram por manter a paralisação por não verem sinal de que governo vai atender suas reivindicações

Valendo-se da pequena inflação do último ano e do discurso de dificuldade financeira repetido por todas as instâncias do poder público, os governos têm se negado a atender direitos já reconhecidos dos servidores ou proposto reajustes insatisfatórios Brasil afora. O resultado do endurecimento na mesa de diálogo é uma profusão de greves, que já atinge diversos estados brasileiros, um sinal de que os servidores públicos estão preparados para resistir ao avanço sobre seus direitos.
Em Minas, a maior greve em curso no momento é puxada pelos professores da rede estadual. A paralisação, que começa a ganhar corpo, afeta 15% das escolas da regional de Pouso Alegre, que responde por 72 estabelecimentos de ensino em 25 municípios. Os educadores cobram do governo de Minas o pagamento do piso nacional (R$ 2.44 mil), a nomeação de 10 mil aprovados em concursos públicos, o fim do escalonamento do pagamento de seus salários e do 13º, medidas que o governo tem adotado em meio a uma grave crise de caixa.
Em assembleia na tarde da última quinta-feira (15), em Belo Horizonte, o Sind-UTE, órgão que representa a categoria, reuniu educadores para deliberar sobre a continuidade da paralisação. Como não houve proposta vinda do governo Pimentel, a decisão foi pela manutenção da greve por tempo indeterminado. Uma nova assembleia está prevista para ocorrer na próxima quinta (22).
Em São Paulo, servidores resistem contra reforma da previdência
Em São Paulo, a luta é contra o projeto de lei 621/2016, que cria o Sampaprev (São Paulo Previdência). Os sindicatos que representam os servidores municipais consideram a medida “um confisco salarial”, na medida em que eleva a alíquota de contribuição previdenciária de 11% para 14%, podendo chegar a 19%. O PL também dá fim do plano de carreira do magistério, com perdas de evoluções e teto de aposentadoria do INSS. “A luta contra o Sampaprev é também uma luta contra a precarização e privatização dos serviços públicos. Sua aprovação afetará todos os cidadãos que precisam desse atendimento”, defende a professora Valéria Leão Ramos, coordenadora da Comissão Municipal de Educação do PCdoB São Paulo e membro do Fórum Municipal de Educação.
Os professores da rede municipal da capital paulista estão em greve desde 8 de março. De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Educação, 71% das escolas foram totalmente paralisadas até a quinta-feira (15), 26% funcionavam parcialmente e 3% cumpriam a jornada normal.
Educação é segmento que mais adere à paralisação
Em 2018, 11 estados já foram atingidos por greves na Educação. Atualmente, cinco ainda experimentam paralisações: Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rondônia e Paraíba. As pautas das mobilizações variam e envolvem redes municipais e estaduais. A greve mais longa é a de Rondônia, que já dura três semanas e dois dias. Alguns entes federados também passaram por paralisações neste ano e outros estão em estado de greve.




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