Estamos dispostos a negociar, só que não!

Em vídeo, prefeito Rafael Simões volta a afirmar que só negocia o dia que Zema disser quando vai pagar a dívida com o município. O problema é que Zema já disse quando e foi na semana passada

O prefeito Rafael Simões divulgou um vídeo nesta quinta-feira (12) reafirmando que só irá negociar a Data-base dos servidores quando o governo de Minas definir como será paga a dívida do estado com o município. Se esqueceu de dizer, porém, que o governador Romeu Zema já fez isso semana passada, ao assinar acordo judicial com os municípios. Se o prefeito ainda não sabe vamos postar o link da notícia aqui para ele.

Mas Simões não para por aí. Ele usa a crise que afeta o estado para simular que o mesmo ocorre com o município e aproveita para aterrorizar o servidor, insinuando que fazer justiça salarial e oferecer condições dignas de trabalho poderia acarretar atrasos de salários e desequilíbrio orçamentário.

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"Nós notificamos a ambos os sindicatos que nós estamos dispostos a negociar, mas que primeiramente eu preciso ser responsável. Eu preciso saber o que de fato o governo do estado vai fazer em relação à dívida que tem para com o município de Pouso Alegre. Eu não posso ser irresponsável de dizer que eu vou dar isto ou aquilo e, lá na frente, eu não ter dinheiro para pagar o servidor", diz o prefeito no vídeo.

Os fatos e os números provam que o chefe do Executivo, além de omitir dos servidores que o governo de Minas já definiu como será paga a dívida e que cessou a retenção de repasses, faz a todos crerem em uma falsa dificuldade financeira do município.

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Vamos ao que interessa. Os gastos do município com a folha estão em torno de 42%. Se atender o pedido de reajuste da categoria, esse percentual vai para 46%, ainda muito longe do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 51,3%, e mais longe ainda do limite legal, de 54%. Trata-se de números que podem ser checados por qualquer um no Portal da Transparência da Prefeitura.

Se a administração municipal se nega a receber os representantes dos servidores para iniciar a discussão da Data-base e sinaliza que não dará o reajuste não se deve ao governo do Estado, mas à vontade política do chefe do Executivo que mantém uma postura radical contra os servidores, expressando seu sentimento na forma de um programa de terceirização dos serviços públicas, arrocho das condições de trabalho e ataques à honra profissional dos servidores e grande menosprezo.

Greve Geral convocada para 24 de abril em Pouso Alegre

É por isso que, no dia 24 de abril, os servidores públicos municipais vão parar. O Sisempa e o Sipromag convocaram uma paralisação conjunta para a data. "Será um dia de paralisação de todos os servidores da Prefeitura contra o autoritarismo da gestão Simões e pela abertura imediata das negociações da Data-base", afirma Leon.

A greve será marcada por ao menos dois atos ao longo do dia. O primeiro deles está programado para as 10h, na Praça João Pinheiro. Às 15h, haverá um novo ato em frente à Catedral Metropolitana. A movimentação termina com uma caminhada até à porta da Prefeitura.