Sisempa vai pedir documentos para avaliar real situação do IPREM

Projeção de perdas em fundos não deixa claro a real situação das aplicações do patrimônio do instituto, gerando enormes dúvidas e incerteza generalizada entre servidores

Interventor usa tribuna da Câmara de Vereadores

A intervenção da Prefeitura no Instituto de Previdência Municipal (IPREM) entrará em seu sétimo mês em novembro, mas, até o momento, traz mais dúvidas do que esclarecimentos. Na noite desta terça-feira (30), o interventor Alberto Maia Valério foi Câmara de Vereadores prestar informações a respeito dos trabalhos no Instituto e mais uma vez não apresentou um retrato assertivo do patrimônio do IPREM.

Valério afirma que cerca de R$ 99 milhões em aplicações do IPREM podem estar comprometidos e que um plano de saneamento dos investimentos está em curso. Disse ainda que o instituto não está quebrado, mas que sua 'liquidez futura' pode estar comprometida. O patrimônio atual do IPREM é de cerca de R$ 410 milhões.

"Depois de mais de seis meses, tudo o que ouvimos até agora é sobre 'perdas prováveis' e 'iliquidez futura'. São afirmações graves, mas muito vagas, que só alimentam mais incertezas entre os servidores", questiona Leon Camargo, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sisempa).

A fim de levar esclarecimentos mais concretos aos servidores, o sindicato vai solicitar ao interventor um extrato detalhado das aplicações feitas pelo IPREM e a situação de cada um dos fundos apontados como ilíquidos. "Os servidores não merecem nada menos que uma posição clara a respeito da situação do patrimônio que deverá garantir suas aposentadorias", afirma Leon.

Relatório da intervenção

Na última semana, em meio ao pedido de prorrogação da intervenção no instituto e o projeto de lei que prevê sua reestruturação, Valério encaminhou ao presidente da Câmara uma nota técnica confidencial, tornada pública pouco depois, com um balanço do patrimônio do IPREM. No documento assinado pelo interventor e pelo diretor de finanças e arrecadação Renaldo Victor de Castro, estima-se o impacto de investimentos ilíquidos. (Confira a íntegra do relatório)

"Vários destes fundos vêm apresentando problemas para honrar suas obrigações, o que nos faz estimar que dos R$ 168.105.199,93, em torno de 60%, aproximadamente R$ 100 milhões, serão provisionados como perda", projeta.

Os valores exatos das projeções de perdas com as aplicações nos fundos chegaria a R$ 99.585.757,86. Todos os números apontados como possíveis perdas são apontados como projeções o que torna a análise subjetiva em alguns casos. É essa subjetividade que o Sisempa espera combater tendo em mãos um levantamento detalhado das contas do instituto,